Resenha do mangá Nana

Roteiro e Arte: Ai Yazawa
Episódios do animê: 47
Volumes do mangá: 21 (em andamento)

Eu estou acompanhando o mangá pelos volumes lançados pela editora JBC aqui no Brasil, e ainda estou no volume 7. Mas, como estou cada vez mais encantada com este mangá de Ai Yazawa, decidi escrever uma resenha para quem ainda não acompanha Nana conhecer um pouco mais sobre o mangá, e para alguém que já acompanha, relembrar um pouco a história dos primeiros capítulos.



O mangá de Nana é o shoujo mais vendido no mundo inteiro e conta a história de duas mulheres de personalidades diferentes e de mesmo nome: Nana Oosaki e Nana Komatsu.

No primeiro volume vemos duas histórias paralelas mas com grandes semelhanças em que ambas fazem escolhas diferentes: uma contando a história de Nana Oosaki, vocalista de uma banda de rock que decidiu ir para Tóquio para seguir sua carreira e se tornar uma profissional, e a outra história conta sobre Nana komatsu, uma estudante de artes que vai para Tóquio em busca de uma nova vida, longe da cidadezinha natal, e para ficar perto do namorado. As duas Nanas se conhecem num trem a caminho de Tóquio e, a partir daí, o destino entrelaça a vida das protagonistas.





Nana Komatsu é uma jovem extrovertida que sempre gostou de namorar. Após uma desilusão amorosa ela se apaixona por um amigo que vai para Tokyo estudar e trabalhar. Assim, ela promete fazer o mesmo em sua cidade natal para juntar suas economias e alcançar independência, e, logo depois, voltar para Tóquio e viver perto do namorado. Já Nana Oosaki é uma jovem orfã que viveu apenas com a avó até a morte desta, e com o convívio com sua avó ela teve de aprender a se virar sozinha e tornar-se independente. Ela conhece Ren que mais tarde se torna seu namorado, e juntos participam de uma banda de rock chamada Blast. Após o término de seu namoro com Ren, que deixa a banda Blast para se integrar a uma famosa banda de Tóquio, Nana Osaki, algum tempo depois, decide ir para Tóquio em busca de novas oportunidades e novas escolhas.



Logo depois que as duas Nanas se conhecem no trem, ambas nem imaginavam que um dia iriam se encontrar novamente, e é quando, dias depois, Nana Komatsu sai em busca de um apartamento para morar e encontra Nana Oosaki. Depois de algumas discussões com os corretores do imóvel, ambas concordam em dividir o mesmo apartamento, e é neste cenário que se desenrola a trama, onde, de uma mera coincidência (ou não), nasce uma forte amizade entre duas mulheres em buca de seus sonhos e independência.



Ai Yazawa é uma ótima autora que sabe conciliar uma boa arte com uma história melancólica e dramática que figura o cotidiano de qualquer mulher que possamos encontrar no nosso dia-a-dia. É muito interessante ver como duas jovens de personalidades tão diferentes conseguem desenvolver uma relação de amizade tão forte e verdadeira onde os homens na trama, diante de tal amizade e companherismo, tornam-se meros coadjuvantes que apenas ajudam a tecer a vida das protagonistas.

Um dos pontos fortes do mangá Nana é a narrativa na voz de Nana Komatsu que conta toda a sua vivência ao lado de Nana Oosaki de uma forma como se estivesse no futuro analisando tudo o que aconteceu. É muito triste como percebemos, através dessa narrativa, que as duas não se encontram mais ao lado uma da outra e tudo o que elas viveram não passam apenas de velhas lembranças. Então, se já sofremos com todos os obstáculos da vida que as duas Nanas enfrentam no decorrer dos capítulos mesmo estando juntas (e muitas vezes quando separadas, por algum período de tempo), já é de nos levar às lágrimas quando nos deparamos com a narração de Nana Komatsu durante os capítulos como se estivesse conversando com Nana Oosaki e se questionando o que teria feito se fosse mais madura, se tivesse entendido os sentimentos da amiga naquele determinado momento que não pôde identificar, como seria o futuro de ambas caso fizessem escolhas diferentes em determinadas passagens da história, etc. A narrativa, para mim, é o que dá grande charme ao mangá e que nos faz nos colocarmos na pele de algum dos personagens e nos identificarmos com eles. É algo sensacional e que eu acredito ser responsável pelo grande sucesso do mangá. Além disso, a história vai se desenrolando de uma forma que nada fica superficial ou forçado, pois cada causa gera uma consequência, e quando mal percebemos já se passaram várias situações e as Nanas, a cada etapa de tais situações, adquirirem experiências de vida, e os questionamentos as fazem buscar a se conhecerem mais.



A mensagem que Nana nos passa como uma história feminista é que uma amizade verdadeira nos faz superar qualquer problema da vida e aprender a desfrutar da mesma como se não ouvesse uma próxima vez. Além de que o cotidiano das duas Nanas não é muito diferente do meu e do seu cotidiano, nos fazendo assim entender que nossa vida também pode ser um drama como a vida das duas personagens.

O que mais me chama atenção na forma de Ai Yazawa trabalhar o mangá são as cenas e caricaturas divertidas mesmo em algum momento dramático, o que faz o leitor apreciar a cada quadrinho se deslumbrando com a perfeita arte da autora. Eu sempre morro de rir com o "Grande Rei do Terror" citado por Nana Komatsu, que, com a convivência com a Nana Oosaki, logo recebe o apelido de Hachi ou Hachiko gerando situações hilárias.

O romance das duas Nanas retratados na história são tão lindos que nos fazem sempre torcer por elas, e os homens na história são, muitas vezes, conquistadores, elegantes e carismáticos.

O mangá é publicado aqui no Brasil pela editora JBC e já está quase alcançando o último volume lançado no Japão onde a publicação foi interrompida por questões de saúde da autora. É dito também que a história já está chegando em seu final, e eu estou bem ansiosa por esses últimos momentos desse mangá maravilhoso que me faz apreciar cada quadrinho e admirar ainda mais a autora e me identificar com seus personagens e as situações vividas por eles. Logo, torço do fundo do meu coração para que Ai Yazawa fique boa logo para nos dar esse presente.


3 Response to "Resenha do mangá Nana"

  1. Juliana says:

    Adoro Nana,primeiro NaNa é um josei, ou seja, um pouco mais adulto que um shoujo. Eu só não concordo que NANA seja feminista, acho que a Ai-sensei consegue retratar o universo feminino, ao menos em Nana sem cair em clichês e lugares comuns.
    E sem contar que boa parte dos personagens do mangás são bem carismáticos e embora a história seja a amizade entre as Nana, os secundários tem consistência no enredo.
    E quem nunca encontrou uma Komatsu NaNa da vida!
    Por último eu não gostei muito das "chamadas" do JBC nos capítulos, mas de resto, o mangá ficou legal em português.
    P.S.: Adorei o review.

    Que bom que gostou, Ju. \o/

    Bom, pela JBC o mangá é classificado como Shoujo, e dito como o shoujo mais famoso do mundo, por isso classifiquei como shoujo aqui também.

    Sobre os personagens secundários é verdade que eles oferecem consistência ao enredo, mas todos eles, ao meu ver, só tecem o plano de fundo da amizade das Nanas,por isso acho Nana um mangá bem feminista. ^^

    Anônimo says:

    Csssi, amei a review ... olha a Narrativa também é o que me deixa mais comovida... eu já chorei muito lendo Nana tá?.. eu admito... e mais pra frente vc vai ver como a história vai ficar.... tem como se fossem flashbacks, mas do futuro.lá pro volume 17...18 eu acho =D Nana é um dos shoujos mais cativantes. Mas ele é destinado ao público mais adulto. Mas não deixa de ser lindoo.

    Ah e amei as fotos que vc colocou! Ai Yazawa desenha roupas muito estilosas né?

    bj =*

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